Ao perguntarmos para o aluno da Escola Affonso Penna, Guilherme Lindner, como ele organiza o seu tempo, ele respondeu: “De manhã faço meus temas, de tarde venho pra escola e de noite jogo no celular e no vídeo game”. Guilherme tem 10 anos, e assim como ele, são muitas as crianças que estão substituindo as tradicionais brincadeiras infantis pelo tempo junto aos jogos tecnológicos no computador, celular ou videogame.
“A tecnologia é uma ilusão muito grande em relação ao tempo, porque é verdade que nos aceleramos muito com os processos tecnológicos, mas para que eu possa me conectar, eu preciso ficar horas na frente do computador, completamente isolado. Não estou vivendo nem com a minha família, nem com os meus amigos em contato direto e nem realizando outra atividade de lazer”, salienta o professor Henrique Keske. Claro, que a tecnologia facilita as nossas vidas, o computador nos faz viajar pelo mundo, a televisão nos faz sonhar com as novelas e desenhos, com os jogos de videogame desenvolvemos uma imaginação gigantesca, a ponto de acreditarmos estar dentro daquele cenário. Mas até que ponto isso é bom para as nossas vidas?
A tecnologia não afeta somente o convívio social mas também a parte psicológica da pessoa. A psicóloga Michelle Ponzoni dos Santos comenta que podemos desenvolver diversos sintomas devido ao tempo excessivo com a tecnologia. “Sentimento de vazio, pela frustração derivada da ausência de contato humano autêntico, perda de sentido, pensamento não linear e sem controle, dificuldade de focar, abstinência, só sentir-se bem se em contato com a tecnologia”, todos esses sintomas podem desencadear depressão, ansiedade, irritabilidade, insegurança e entre outros.
Como evitar que esses novos tempos tecnológicos acarretem problemas ao desenvolvimento infantil? Uma das formas é a determinação de horários e limites. A pedagoga Cristiane Vieira destaca que é necessário que a própria família organize junto com a criança o tempo em que ela irá ficar na frente do computador ou do videogame. “É importante ter uma rotina organizada para que existam momentos de socialização, principalmente com a criança, nas coisas que são importantes para ela. Isso não significa que essa organização exija rigidez ou inflexibilidade”, ressalta a especialista.
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